quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Rio Vermelho

Num barco fostes alva vela
Manchada de sangue
Que brota das entranhas da terra
Sangue do Rio Vermelho
Que jorra dos pulsos
Numa cascata voraz
De uma dama infeliz
Que se foi por amor

E agora vais no mesmo barco
Pelas veias da mulher que mais te amou
Quis se jogar de um abismo
Quis atirar no própio ouvido
Tentou se envenar numa overdose algoz

Vai ter que navegar sozinho
No Rio Vermelho
Que vai desaguar no mar
Das desilusões

Mas achou que não morreria
Cortou-se os pulsos
Estirado ao chão do quarto
Junto ao Rio Vermelho
Onde vai-se o barco
Perdido na alma
Manchada de sangue vai
A vela alva

Vai ter que navegar sozinho
No Rio Vermelho
Que vai desaguar no mar
Das desilusões...

Esse poema me foi dado para musicalização por uma amiga, Christiane Valiceli, uma poetiza por excelencia. Ele narra uma estória quase verídica que aconteceu há anos atrás em Ibirité. Apesar de tê-lo modificado, não alterei sua estrutura narrativa. Depois de musicalizado, tornou-se o carro chefe do meu CD "Magno Sam muito mais..." de 2002. Só tenho a agradecer a Chris por essa obra prima.



3 comentários:

  1. Lindo isso! Essa Chris e esse Magno tem a química das Letras. Quando ouço ou leio me passa um filme pela cabeça. Um filme lindo...

    ResponderExcluir
  2. Antes que eu me esqueça, não precisa agradecer, rss...

    ResponderExcluir
  3. Quando se tem o reconhecimento de uma generosidade desmedida, o agradecimento é a menor forma de afeto que se possa demonstrar.
    Mais uma vez, OBRIGADO Chris!

    ResponderExcluir